Eu não sei quem escreveu esse comentário, mas, ou me engano muito, ou é algum cidadão de origem africana vindo de alguma ex-colónia portuguesa - o comentário em si tem bem patente uma carga nacionalista e a iliteracia é por de mais evidente. By the way, bela rima
No entanto, há um ponto que subscrevo do comentário, logo o primeiro, em jeito de alegoria: quem pagou as favas foi o assessor, enquanto Cavaco Silva vai esperar mais um mês para se pronunciar sobre um tema que o coloca numa posição muito pouco confortável, algo pouco consentâneo com a sua postura sóbria e ponderada, na tentativa de ganhar tempo não só para preparar melhor a sua argumentação, mas principalmente para ver se o caso fica em 'águas de bacalhau'... Isto é sobriedade e ponderação a mais...
Depois, o comentário discorre sobre os serviços secretos...enfim, quando não percebo do assunto, ou estou algo desinformado sobre os temas-chave, opto pela discrição e simplesmente não comento. Aliás, este é um dos sintomas mais presentes na sociedade portuguesa contemporânea - ter sempre algo para dizer, de preferência algo que tenha um forte pendor negativo.
E afirmar que foram lançadas "suspeições infundadas e ridículas sobre os nossos serviços secretos" é não ter uma noção da realidade concreta...parece que esse comentarista vive numa outra dimensão. É óóóóbvio que altas figuras do nosso panorama são escutadas de forma ilegal, basta olhar para o caso Apito Dourado. Rui Rangel, Presidente da Associação de Juízes pela Cidadania, pessoa com enormes responsabilidades, referiu isto: "Não tenho a menor dúvida que há escutas fora da lei. No meu caso, seguramente, devo estar sob escuta". Elucidativo, hein? Para finalizar este tópico, resta acrescentar que a única instituição com autorização para fazer escutas é a Polícia Judiciária...
E depois continua com aberrações incompreensíveis. "Haja sentido de Estado e elevação"?!?! Novamente, o comentarista deve julgar que Portugal não tem um atraso acentuado em determinadas matérias em relação a países como a Noruega ou a Suiça. E eu pergunto: seguindo o raciocínio deste astuto opinador, duvidar da credibilidade da mais alta figura do panorama político português é ter sentido de estado e elevação? Atenção, não estou a tomar partido de algum dos intervenientes neste caso...
Posteriormente, e como não poderia deixar de ser, vem o galanteio ao paladino da corte, Sócrates. Realmente, é preciso ter coragem para as manobras de bastidores que envolveram os computadores Magalhães; realmente, só uma pessoa determinada é capaz de mentir a Portugal, dizendo que foi o PS quem baixou as taxas de juro quando SÓ a Banco Central Europeu tem autorização para baixar ou subir as ditas; realmente, finalizar uma licenciatura a um Domingo é algo que está apenas ao alcance dos predestinados que exalam sentido de Estado e respeito pelos seus semelhantes...
Para finalizar o comentário, mais um dislate, desta feita contraditório. Primeiro, diz não compreender o que é ser de direita, negando a divisão da esquerda, e nas palavras seguintes, recorrendo a um raciocínio macarrónico, não lhe atribui credibilidade. Há ou não há direita, afinal?! Sejamos pelo menos sérios nas análises...
Concluindo, shôr sjoaop, por quem tenho a maior das estimas, o dito analista falou de tudo menos do que realmente interessa, levando-se em jogos floreados que em nada contribuem para um aclarar dos factos. Os britânicos chamam a isto
politics, em contraste com
policy, ou por outras palavras, aquilo que realmente interessa e que deveria ser...esmiuçado